UM SONHO DE FUTURO
Sempre sonho um futuro melhor! Vejo o futuro como uma frondosa oliveira, árvore secular, cheia de frutos, folhas verdejantes e sombra refrescante. Trazendo aconchego, atraindo abelhinhas, emanando energias. Sentar-se a sua sombra nas auroras primaveris e sentir na face gotinhas de orvalho, cristais luminosos salpicando a terra, tremelicando à brisa fresca, em nossas planícies férteis e encantadoras. Deixar-se beijar pelos ventos matinais, por beija-flores e joaninhas. E, depois, sorver de seu fruto, o elixir da juventude. Meu futuro, esse alquimista que me ronda nas tardes vagas de domingo, avisa-me que novos enigmas despontam, novos olhares se encontram no fervor dos desafios que a vida nos impõe, novas percepções se abrem em janelas floridas. Quero ver, amanhã e em todos os anos vindouros, ruas se alargando pra passagem da poesia que tanto enriquece nossas vidas; das músicas telúricas que enfeitiçam bailarinas, costureiras, carpinteiros e caminhoneiros; dos artesãos que criam maravilhas e esculpem o presente e o futuro com maestria. A arte, aparentemente inútil e tão absolutamente indispensável, esta arte enriquecerá os dias frios, os ambientes gélidos de gabinetes sombrios, as almas de perdidos viajantes no mundo estranho dos games e lutas insanas, e os cubículos, onde gatunos redimem seus desacertos. Ah! Ser forte e saudável, que glória! Guardar as pílulas no fundo dos baús, substituí-las por injeções de dopamina... em forma de viagens, colecionando souvenirs (qualquer conchinha) de mares longínquos, aos cinqüenta, fazendo piruetas e tai-chi-chuan aos sessenta, e, aos setenta, mergulhar nos trampolins de piscinas olímpicas da terceira idade. Depois disso tudo, de toda essa adrenalina, hospedar-se nas águas termais de hotéis convidativos em vilas raras nos interiores do meu país. Vejo uma multidão formosa, sadia, sorridente e bem cuidada, desfilando suas vestes coloridas, sua alegria serena e gozo da vida, por sobre tablados e paralelepípedos, por praias e avenidas. E sonho com crianças enternecedoras brincando com tartarugas e pássaros, e nos ensinando a preservação do planeta, o verdadeiro sentido da vida. Um futuro, onde os cânticos sejam entoados em praças e canais, varandas e vielas; o povo irmanado em igrejas, ocas, templos e mesquitas, a atmosfera musical ecoando por todo esse firmamento azul estelar. Transportemo-nos a esse futuro cativante... Partamos nessa busca. Emoções, lágrimas?!... só de alegrias! Izabella Pavesi Foto: Internet Izabella Pavesi
Enviado por Izabella Pavesi em 02/10/2009
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