DESPEDIDA
Virei-me lentamente,
Olhei com olhos mareados, Voltei um passo, Não quero ir... Não quero ir-me!!! Com as mãos segurei meu peito, Meu coração desatado Quase salta... Meus olhos buscaram você, Meu gerente amigo, O último gerente. Meus olhos seguiram seu vulto, Entre os vultos da agência. Recolhi minhas coisas: Pastas, planilhas, agendas, Recortes e e-mails. Qualquer coisa virou relíquia. Quis ganhar um abraço, Chorar nalgum ombro, Sentir um afago, Neste momento só meu. Este choro contido e Estes olhos perdidos são só meus! Descanso meus olhos no vazio da noite, Ah! Se um orvalho me acalmasse os sentidos! Atravesso o vão, E a porta se fecha... Coisas ficam para trás... Esqueço mágoas, esqueço atritos. Perdôo tudo, Perdôo todas as falhas. Sigo em frente... Um passo após o outro, Vou pisando devagarinho, Parece que o chão vai se abrindo... No horizonte meus olhos se perdem. Quantas lembranças! Quantas vivências!... Chego no estacionamento, Desabo e choro. Choro um choro convulsivo, De desespero, sem fim. Veio lá do mais fundo da alma, Da mais profunda dor de solidão. Fechei o portão da garage, Demoradamente... ...e vim embora... Pra casa, Solitária e só. _____________________________________ (excerto do Romance ‘O Último Gerente’)
Izabella Pavesi
Enviado por Izabella Pavesi em 01/10/2006
Alterado em 22/01/2010 |