Minha Mente
Amiga, inimiga, Traiçoeira e querida. Cheia de escárnio A zombar de meus belos E relutantes ideais. Raposa esperta Que me espreitas, Com olhos rindos, a bajular Das más lembranças Que eu quero apagar. Trouxestes-me a visão amarga, A imagem nítida e dolorosa, De tantas cenas insanas, Que, em vão, tento espanar; Hei sempre de me cuidar. Afastei, de meus olhos, esta vil imagem, Retrato amargo, sádico e perverso, A fazer de meus sonhos, pesadelos, De meus sorrisos lábios, mudos. A transformar grandes olhos em ilhas Desertas e vazias, distantes, longínquas. Hei sempre de te censurar! Por não me poupares a escolha, Nem me perguntares, Apenas me apresentares O que gravastes ao longo dos anos. És causa de tantas tristezas minhas... Em belos momentos aparecestes Com tuas negras faces, hediondas. E lutei e relutei contra ti. E ora te venci, e ora te cedi. _____________Izabella_________________ (Primeira poesia publicada em 1977, quando uma disritmia cerebral quase me enlouqueceu de vez).
Izabella Pavesi
Enviado por Izabella Pavesi em 03/01/2007
Alterado em 22/01/2010 |