CAMINHANTE
Caminhante segui... Andei pelos rastros do homem, Subi montanhas de gelo e pedras A espreita de densos escudos, A espera das energias cósmicas. Retratei tesouros... Busquei preciosidades eternas, Coragem, ética e luz. Rendi-me às ciladas no caminho, Icei, do fundo de mim, os sinais. Um referencial, um homem, Fez-me temperar a alma e o caráter, Meus traços, minha essência. Escalonei subidas e descidas, Deixei flutuar meu espírito no além. Acenos e orações me detiveram, Lágrimas e sorrisos de adeus... Mistérios da vida, incógnitas, Olhares perdidos, translúcidos Em meio à ascetas e pagãos. Remotos desejos me contagiaram... Amei com ternura e ardor. De artefatos mágicos, cobri-me, Na luz cálida de ruas estreitas, Onde mente e paixão se entrelaçam. Que inacessíveis esconderijos Encerra a terra em suas entranhas? Que dizem estes enigmas? Como decifrar estes mistérios, Emaranhados de redes e precipícios? Ah! Se vaguei... Por labirintos me embrenhei. Viajei com passos ávidos, Vislumbrei mil cenários... Amalgamei meu ego e loucura. Preces escritas o vento leva, Cânticos ressoam por vielas e ladeiras, Faço, da lida, afinada sinfonia. O orvalho pinga em minhas pupilas, Fascinada, sigo uma nova trilha. Apaixonei-me obstinadamente... Ainda me arrancam suspiros, Poetas, anjos e deuses, Vou sorvendo, em meus lábios úmidos, A borbulhante alegria de ser viajante. _______________________ Poetisa: Izabella Pavesi Foto: G.Kuerten Izabella Pavesi
Enviado por Izabella Pavesi em 15/06/2007
Alterado em 20/01/2010 |