Izabella Pavesi

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Textos


     Asaprev 35 anos


     A Asaprev – Associação dos Aposentados de Florianópolis estará completando nos próximo mês de janeiro 35 anos de existência. É um momento emblemático. 2020 representou até agora um momento único – a Pandemia deu o tom do isolamento. Ficamos presos em nossas casas por ordens da administração governamental devido a uma necessidade de prevenção de contágio da Covid-19, uma espécie de praga com ingredientes meio duvidosos.
       No Brasil, o contágio veio pelos turistas e viajantes e logo no início o pânico pipocava no tecido social. Medidas restritivas, em 17 de março, foram publicadas pelo governo estadual visando a proibição de festas, reuniões e qualquer tipo de aglomeração. Em outros Estados a pandemia teve destino semelhante.
        Novos hábitos foram impostos. Tempo de abstinência. Tivemos que nos abster de abraços, de excessos, de festejos, de reuniões pessoais ou profissionais, de jogos de futebol, de competições esportivas, e isso descoloriu os nossos dias. Desde o início do ano nossos dias se encheram de medo e dúvidas, pois nos apresentaram essa nova praga através das notícias terrivelmente chocantes vindas da Itália, causando grande impacto. Assim como lá, os cidadãos daqui foram obrigados a não se locomover em espaços públicos e mortes começaram a se repetir. Os contágios foram multiplicados em esfera geométrica, e inúmeras pessoas não puderam velar seus mortos. Ficamos todos sofridos e muito chocados. Para mim, esse grave vírus que se instalou e acabou por atingir todos os países é fruto de estranha combinação de praga versus inconsequência política.
        Sim, tudo pareceu morno... cinzento, com gosto de azedume pontilhado com cafés e salas vazias.
        A terceira idade, justo esta que mais necessita de contato com filhos, netos e agregados teve que se contentar com saudações pelo celular, um bate-papo com amigos também pelo celular e enfim, tudo passou a ser resolvido pelo telefone. Abraços virtuais e ponto final. Nossa! Como nos sentimos tristes!
        Os idosos foram classificados como grupo de risco. Oras, justo agora na nossa velhice! Depois de tantos invernos e primaveras jogando cartas e dominó nos clubes e praças, dançando em festas exclusivas para a terceira idade, além de viagens e eventos recreativos eis que fomos, - eu me incluo claro! - limitados a conviver dentro de nossas casas. Isso mesmo, confinados! Nós, que tivemos a sorte de ver tantos acontecimentos pelo Brasil e mundo afora nas últimas décadas, fomos atores de tantas transformações sociais e nos orgulhamos de termos chegado à aposentadoria. A Asaprev auxiliou inúmeros cidadãos na realização de uma vida digna e cheia de alegres atividades.
        Por conta do isolamento, a ausência de sol e exercício físico fez com que muitas mortes acontecessem, pois para a saúde é imprescindível a ginástica - ou caminhada que seja, e vitamina D, estes são ingredientes básicos para uma saúde.
        Estamos chegando ao final de pandemia. Dia 07 de outubro completamos 200 dias do início dessa proeza que podemos chamar de sobreviver, pois muitos partiram para outro mundo sem ritual fúnebre. Sem despedidas.
       Por fim, resta-nos a alegria de viver a vida sem nos amedrontarmos de vírus e pragas, eles se tornaram coisas do cotidiano. Resta-nos a sabedoria de enfrentar desafios que nos trazem o gosto da dança de viver e o conhecimento do tempero dos dias mornos.
Ulalá!... vamos que a festa logo vai recomeçar.

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   Izabella Pavesi
                                                           imagem: internet
Izabella Pavesi
Enviado por Izabella Pavesi em 23/10/2020


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